Um
pouco de consciência política
Resumo:
O
presente artigo tem como escopo discorrer de forma breve e sucinta acerca da
política através de 06 capítulos, onde será mencionado o conceito de política e
a sua importância, na sequência o tema a ser enfrentado é a participação
política, em seguida a exposição será sobre republicanismo e por fim a
abordagem sobre o poder e o Brasil. O
enfrentamento se mostrará coadunado com o atual cenário político, como também
ressaltará a importância do cidadão ter consciência política e senso crítico
para participar da democracia com sabedoria e destreza de modo a tornar extinta
a grande patologia social que a muito aflige a sociedade brasileira que é a
corrupção. Tal patologia já está entranhada como componente cultural brasileiro
e será enfrentada neste artigo.
Palavras Chave:
Política; Poder; Corrupção; Republicanismo; Cidadão.
Sumário:
1- Introdução; 2 - O que é política?; 3- Participação Política; 4-
Republicanismo; 5- Poder; 6- Brasil.
1-
Introdução:
O
filósofo grego Aristóteles escreveu que o homem é um animal político, pois é a
própria natureza humana que exige a vida em sociedade. A vida em sociedade
preceitua de imediato a existência de regras jurídicas para garantia de ordem
pública e atender a anseios da sociedade e disciplina tais regras em
codificações elaboradas por políticos membros do Poder Legislativo que são
eleitos através de um sistema de democracia representativa para fazer com que a
vontade popular prevaleça ante a qualquer outra.
Observamos
a valiosa lição de Castro Alves neste trecho do poema O século:
“ As tábuas da lei!
marchai!
Quem cai na luta com glória,
Tomba nos braços da história,
No coração do Brasil!
Moços do topo do Andes,
Pirâmides vastas, grandes,
Vos contemplam séculos mil!
Recife, agosto de 1865”
2-
O que é política?
A
palavra “política” vem sendo usada há séculos com os mais variados sentidos.
Para estabelecer um conceito básico de política um caminho conveniente é buscar
a origem da palavra. Tal verificação demonstra que essa palavra tem origem
grega e foi usada por vários filósofos e escritores da Grécia antiga, sendo
especialmente importante para a compreensão do seu sentido primitivo a obra
denominada Política, escrita por Aristóteles, filósofo que viveu em Atenas no
quarto século antes da era Cristã.
Os
gregos davam o nome de polis à
cidade, isto é, ao lugar onde as pessoas viviam juntas. E Aristóteles diz que o
homem é um animal político, porque nenhum ser humano vive sozinho e todos
precisam da companhia de outros. A própria natureza dos seres humanos é que
exige que ninguém viva sozinho. Assim sendo, “política” se refere à vida na polis, ou seja, à vida em comum, às
regras de organização dessa vida, aos objetivos da comunidade e às decisões sobre
todos esses pontos.
Segundo
o conceito de Julien Freund disponível na obra Qu’est-ce que la Politique?, p.
177 “ A atividade social que se propõe a garantir pela força, fundada
geralmente no direito, a segurança externa e a concórdia interna de uma unidade
política particular. ”
3-
Participação Política
Revisitando a oportuna lição presente no
poema A visão dos mortos de Castro Alves:
“O Tiradentes sobre o poste erguido
Lá se destaca das cerúleas telas,
Pelos cabelos a cabeça erguendo,
Que rola sangue, que espadana estrelas.
E o grande Andrada, esse arquiteto ousado
Que amassa um povo na robusta mão:
O vento agita do tribuno a toga
Da lua pálida ao fatal clarão.
A estátua range ... estremecendo move-se
O rei de bronze na deserta praça.
O povo grita: Independência ou morte!
Vendo soberbo o Imperador, que passa.
Duas coroas seu cavalo pisa,
Mas duas cartas ele traz na mão.
Por guarda de honra tem dois povos livres.
Da lua pálida ao fatal clarão.
Então, no meio do silêncio lúgrebe,
Solta este grito a legião da morte:
“ Aonde a terra que talhamos livre,
Aonde o povo que fizemos forte?
Nossas mortalhas o presente inunda
No sangue escravo, que nodoa o chão.
Anchieta, Grachos, vós dormis na orgia,
Da lua pálida ao fatal clarão. ”
Recife, 8 de dezembro de 1865.
Conforme
disposição presente no artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos Humanos
todo cidadão tem direito a participação política. Logo abaixo a redação do
mencionado artigo:
“Artigo 21.º
- Toda a pessoa tem o direito de
tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
- Toda a pessoa tem direito de
acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
- A vontade do povo é o
fundamento da autoridade dos poderes públicos; e deve exprimir–se através
de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e
igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a
liberdade de voto. ”
A
participação política não é apenas participação eleitoral. Desde o século XVIII
afirmou-se como ideal político a democracia sistema em que a vontade do povo
deve estar acima de qualquer outra. E pela impossibilidade de reunir o povo em
praças públicas, todos os dias, para tomar decisões políticas foi criado o
sistema de “democracia representativa”. Na democracia representativa o povo
escolhe representantes e através deles manifesta sua vontade. E para a escolha
dos representantes foi criado o processo eleitoral, surgindo as figuras do
candidato e do eleitor.
Ainda no
século XVIII, o filósofo Jean Jacques Rousseau manifestou sua descrença no
sistema representativo, dizendo que o representante do povo sempre irá
manifestar sua própria vontade e não a vontade do povo. É interessante a
evolução do pensamento marxista sobre a democracia representativa. No início
Marx e seu companheiro Engels se opuseram ao sistema eleitoral da democracia
representativa. Consideravam, então, que só a guerrilha urbana, a barricada, a
luta armada é que poderiam eliminar os privilégios e melhorar as condições de
vida da classe trabalhadora. Mas depois de inúmeras tentativas de movimento
armado, especialmente depois da revolta ocorrida na França em 1871, registrada
pela História com o nome de “Comuna de Paris” Engels concluiu que a vitória de
grupos armados contra exércitos organizados, em lutas de rua, era uma das
maiores raridades históricas.
E
verificando as possibilidades criadas pelas vias eleitorais, até então
repelidas por serem consideradas “fórmulas burguesas”, o próprio Engels
observa: “Com a agitação eleitoral, o sufrágio universal forneceu-nos um meio
único para entrarmos em contato com as massas populares, para obrigarmos todos
os partidos a defenderem diante do povo suas ideias e seus atos”. Além disso, acrescenta Engels, “ o direito de
votar abriu aos nossos representantes uma tribuna no Parlamento, do alto da
qual podem falar aos adversários, podendo falar também às massas com uma
liberdade e uma autoridade que não tem na imprensa e nos comícios”. E assim foi
aceito pelos socialistas o uso do voto como instrumento de luta das classes
mais humildes.
Existe
hoje o reconhecimento generalizando de que o processo eleitoral pode ser muito
útil, embora não se deva esquecer que ele é fortemente influenciado pelo poder
econômico, bem como pelas forças políticas dominantes. Isso reduz seu alcance e
torna indispensável o seu aperfeiçoamento.
Para que
o povo escolha representantes autênticos é preciso, antes de tudo, que haja
plena liberdade de informação, permitindo às pessoas formarem livremente sua
opinião com base no maior número possível de dados. O que se tem verificado é
que ao lado das restrições que podem ser impostas pelos governos existe o
problema das empresas e dos interesses que controlam os meios de comunicação.
Os grupos econômicos mais poderosos usam a imprensa para apresentar os fatos de
modo que lhes convém, e com frequência o povo é mais enganado do que informado.
É preciso lembrar também que o processo eleitoral é sempre dispendioso, impondo
sacrifícios econômicos aos que se candidatam. Disso se valem os candidatos mais
ricos e menos escrupulosos para ocupar posições vantajosas, para fazer grande
publicidade, muitas vezes mentirosa, de sua pessoa e de suas atividades, bem
como corromper os eleitores menos conscientes ou mais pressionados pelas
dificuldades econômicas. Na realidade, não há uma democracia representativa
onde alguém tenha possibilidade de se eleger para cargo de razoável peso
político sem o apoio de poderoso grupo econômico.
Acrescente-se,
ainda, o uso frequente da administração pública para a prática de corrupção
eleitoral, bem como as regras legais que negam a muitas pessoas o direito de
votar ou que dificultam a organização e o funcionamento dos partidos políticos.
Por todos esses motivos a realização de eleições está longe de ser uma garantia
de que o povo escolhe livremente os seus representantes e governa por meio deles.
Por outro
lado, entretanto, deve-se reconhecer que o processo eleitoral vem sendo
aperfeiçoado e que, apesar de todas as suas falhas, oferece ao povo algum
espaço para que se manifeste sua vontade. Desse modo, a participação através
das eleições não deve ser excluída, devendo, porém, ser considerada num quadro
mais amplo, que inclui outras formas de participação. Entre estas existem
algumas que muitas vezes são bem mais importantes do que a via eleitoral e que
sempre poderão influir sobre esta, tornando-a mais honesta e mais
autêntica.
4
– Republicanismo
Uma
versão do funcionalismo, que em parte, se aproxima da orientação positivista e,
principalmente, da comunitarista, destaca a fundamentalidade dos direitos a
partir do seu reconhecimento pela comunidade, tomada em um processo
participativo de decisão. Rousseau foi o grande engenheiro moderno desse
pensamento, ao defender, no limite hobbesiano, a alienação de todos os poderes
privados em favor da comunidade. O poder soberano absoluto e sagrado de
autodeterminação é que deixava a todos os homens bens e as liberdades que
deveriam ser usufruídos em razão dos interesses da comunidade. O republicanismo
norte-americano também é um bom exemplo dessa linha de orientação.
É
preciso dizer, primeiramente, que esse pensamento tem suas raízes em tradição
aristotélico-ciceroneana, sobrevalorizando a política e a ética do autogoverno
sobre as formas jurídicas. A práxis política de autodeterminação dos cidadãos
do Estado em busca da realização de fins coletivos e do bem comum. O Estado se
justifica, nesse ambiente, por sua finalidade de organizar a esfera pública, na
qual as pessoas, fazendo uso das razões em um “diálogo público”, podem realizar
a “liberdade no sentido do autogoverno”. O sistema de direito se funda, de seu
lado, em liberdades positivas, de participação nesse processo cívico,
construindo-se a partir de normas que resultam daquelas práxis. São, portanto,
reflexos da vontade política ou do esforço político de realização do bem comum,
segundo as condições e costumes da comunidade. Todos os demais direitos têm
modelo estrutural e funcional, o direito de sufrágio e voto. “ A política”
escreve Michelman (1989:257),
[é imaginada] como uma discussão
sobre questões de valor e não simplesmente sobre questões de preferência; (...)
como um processo de razão e não simplesmente de vontade, de persuasão e não
simplesmente de poder, como um processo dirigido ao consenso sobre a maneira
boa (ou justa ou de qualquer modo aceitável) de ordenação dos aspectos da vida
que envolvem relações e qualidades sociais das pessoas.
A
assunção do funcionalismo como “milícia democrática” e política obriga a
considerar a multiplicidade de visões de mundo que concorrem entre si e tem de
dar conta das disputas de grupos e facções em busca de reconhecimento,
afirmação e, eventualmente, tomada de poder, o que pode gerar instabilidade e
mais opressão. Nesse campo, os direitos humanos, especialmente os liberais,
ficam em um plano secundário e se garantem apenas enquanto não puser, de algum
modo, em risco os valores comunitários (Habermas. 1996). Tem-se, por outro
lado, um fundamento sem fundamentação, pois o acordo democrático conduz à forma
concreta de expressão dos direitos humanos, sem indicar as razões que
justificam o próprio acordo (Ramírez.1997:47).
5
– Poder
Não
há Estado sem poder. Este é emanação da soberania. É nota tipificadora do
Estado. É de sua atuação que surgem as normas organizadoras do Estado: trata-se
do conjunto de preceitos imperativos incidentes sobre certos seres fixados em
determinado território. Evidencia-se o poder pela circunstância da organização.
Esta é fornecida pelas aludidas normas imperativas. Não há sociedade sem
organização. Daí a parêmia secular: ubi
societas, ibi jus; ubi jus, ibi societas (Onde está a sociedade está o direito;
onde está o direito está a sociedade).
A
constituição torna literal essa concepção no parágrafo único do artigo 1º ao
dizer que todo poder emana do povo, está indicando a fonte do poder
constituinte. As palavras, para o direito, têm o significado que este lhes
empresta. Variam as acepções de acordo com o sentido que o constituinte lhes
atribui. A expressão “poder” não escapa a essa regra. São vários os seus
significados. É ele utilizado em três
acepções: a) poder enquanto revelação da soberania (artigo 1º, parágrafo único,
da CF); b) poder enquanto órgão do Estado (artigo 2º da CF); c) poder enquanto
função (artigos 44,76 e 92 da CF).
Equivocam-se
os que utilizam a expressão “tripartição dos poderes”. É que o poder é uma
unidade. A distinção é entre os órgãos desempenhantes de funções. Deve-se ao
Barão de Montesquieu a sistematização final da repartição do poder. Propôs a
criação de órgãos distintos e independentes uns dos outros para o exercício de
certas e determinadas atividades. Foi observando as sociedades que os autores
verificaram a existência de três funções básicas: uma, produtora do ato geral;
outra, produtora do ato especial e uma terceira solucionadora de controvérsias.
As duas últimas aplicavam o disposto no ato geral. Seus objetivos, porém, eram
diversos: uma, visando a executar, administrar, a dar o disposto no ato geral
para desenvolver a atividade estatal; outra, também aplicando ato geral, mas
com vistas a solucionar controvérsias entre os súditos e o Estado ou entre os
próprios súditos.
Tais
funções sempre foram identicáveis em todas as sociedades, especialmente naquela
que a doutrina chama Estado Absoluto. Neste, o soberano concentrava o exercício
do poder, exercitando-o por si por meio de auxiliares. Todas estas atividades
dependiam da vontade do soberano. Daí por que titularizava “ poder
incontrastável de mando”. Ou seja: desempenhava funções distintas. Não havia
órgãos – independentes uns dos outros- desempenhadores daquelas funções. O
soberano enfeixava, de forma absoluta, o exercício do poder. Dessa
circunstância derivava o absolutismo, sistema em que uma pessoa física (o
soberano) concentrava o exercício do poder e, por isso mesmo, não era possível
imputar-lhe responsabilidade. Pois a sua vontade era a fonte do ato geral, do
especial e daquele solucionador da controvérsia. Legislação, execução e
jurisdição dependiam do seu querer. Essa fórmula governamental gerava o
despotismo, a desigualdade, a injustiça. Fazia surgir atos detrimentosos às
liberdades do indivíduo, enquanto tal. Vulnerava direitos que os homens
acreditavam possuir pela circunstância de existirem.
Por essas razões é que a doutrina constrói a
concepção da criação de órgãos independentes, uns dos outros, para o exercício daquelas
funções. E, ainda, esses órgãos, bem como os seus integrantes, submetiam-se ao
disposto no ato geral que, por sua vez, haveria de ser fruto da “vontade
geral”. Não mais da vontade de um indivíduo, mas da vontade de todos. O ato
geral seria a súmula das aspirações individuais sobre a maneira de conduzir os
misteres do Estado. O mérito da doutrina, especialmente de Montesquieu, no seu
O espírito das Leis, não foi o de propor certas atividades para o Estado, pois
estas já eram identificáveis. O valor de sua doutrina está proposta de um
sistema em que cada órgão do poder. É o sistema de independência entre os
órgãos do poder e de inter-relacionamento de suas atividades. É a fórmula dos
“freios e contrapesos” a que alude a doutrina americana. Subjaz, nessa
doutrina, a ideia de proteção e resguardo dos direitos e liberdades do
indivíduo. Antes de Montesquieu,
Aristóteles já distinguia três poderes: a) poder deliberante: deliberava sobre
todos os negócios do Estado; b) poder executivo: atribuído aos magistrados e
exercido com fundamento nas decisões tomadas pelo poder deliberante; e c) poder
de fazer justiça: dizia respeito à jurisdição.
Esclareça-se
que, na colocação do pensador grego, tais poderes não tinham as características
depois formuladas por Montesquieu; não eram independentes. Aristóteles
classificou, na verdade, as atividades de governo. Também antes de Montesquieu,
John Locke já classificara as funções estatais propondo a sua entrega a órgãos
independentes. Aludiu a: a) poder federativo, ao qual cabia tudo o que dissesse
respeito às relações exteriores do Estado; b) poder legislativo, editor de leis
com o principal objetivo de especificar a forma pela qual o Estado protegeria
os seus integrantes; c) poder executivo, que executava o disposto na lei, no
interior do Estado. Sua proposta, porém, difere da formulada por Montesquieu. É
que Locke atribuía ao Legislativo posição de preponderância relativamente aos
dois outros; de modo que estes estavam subordinados àquele.
Cada
órgão do Poder exerce, preponderantemente, uma função, e, secundariamente, as
duas outras. Da preponderância advém a tipicidade da função; da secundariedade,
a atipicidade. As funções típicas do Legislativo, Executivo e Judiciário são,
em razão da preponderância, legislar, executar e julgar. Atipicamente, o
Legislativo também administra e julga. É o que evidenciam os artigos 51, IV,
52, XIII, da CF. Esses artigos estabelecem
a competência de cada uma das Câmaras para disporem sobre sua organização,
polícia e provimento de cargos e de seus serviços. Nesse particular há uma
atividade legislativa que “dispõe a respeito do assunto”, mas há também uma
atividade administrativa no instante em que o Legislativo provê cargos, aloca
servidores, lhe confere férias, licenças etc.
No artigo 52, I e II, encontramos a
competência privativa do Senado Federal para julgar o Presidente e o
Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de
Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles, bem como processar e julgar Ministros do
Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
União nos crimes de responsabilidade, função que não é legislativa. O
Executivo, igualmente, “julga” e legisla.
A
todo instante a Administração Pública defere ou indefere pedidos de
administradores, aprecia defesas e recursos administrativos. Para tanto, se
organiza em instâncias recursais, criando, no seu interior, tribunais
administrativos. No desempenho dessa atividade está aplicando a lei para
solucionar um litígio. O Executivo também legisla por disposição expressa do
artigo 62, autorizador de medidas provisórias, e do artigo 68, caput, e parágrafo segundo, que prevê a
possibilidade de o Presidente da República elaborar leis delegadas.
O
mesmo ocorre com o Judiciário. Legisla, ao editar regimentos internos (artigo
96, I, ”a”), e administra, ao organizador seus serviços auxiliares,
provendo-lhes os cargos na forma da lei, bem como ao conceder licenças e férias
aos magistrados e serventuários que lhes forem imediatamente vinculados (artigo
96, I, “b” e “f”).
Extrai-se,
do exposto, a ideia de tipicidade e atipicidade das funções próprias de cada
órgão do poder.
O
Legislativo, o Executivo e o Judiciário são poderes independentes entre si, estabelece
o artigo 2º da CF. De que maneira é revelada essa independência?
Em
primeiro lugar pela circunstância de cada Poder haurir suas competências no
Texto Constitucional. Nenhuma norma infraconstitucional pode subtrair
competências que foram entregues pelo constituinte. Há mais, entretanto, para
garantir a independência de que se trata. Veja-se o caso do Poder Legislativo.
O artigo 53 da CF garante a inviolabilidade dos deputados e senadores no
exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos. A razão desse
dispositivo é garantir a atuação independente do Legislativo. Certas
manifestações que, feitas por cidadãos, podem caracterizar delito não o são se
efetivadas por parlamentares.
Estas
prerrogativas dos parlamentares objetivam impedir cerceio – mesmo psicológico –
na atividade daqueles representantes populares que, dentre outras funções, têm
de fiscalizar os atos do Poder Público, nas suas variadas atividades. Não é
garantia do parlamentar, apenas. É garantia da instituição. É modo de assegurar
o mecanismo da liberdade de atuação do Legislativo. Tanto isso é verdade que,
em outra passagem, o constituinte proíbe determinadas atividades a deputados e
senadores, desde que a expedição do diploma ou desde a posse.
São
hipóteses catalogadas no artigo 54, I e II. De sua leitura se extrai o
desiderato constituinte: impedir aos parlamentares qualquer ligação funcional
ou de interesse, impeditiva do bom desempenho parlamentar. Também aqui, ao
proibir, a preocupação se volta para a independência da instituição. Além
disso, quando o parlamentar for processado por crime comum, a Casa a que ele
pertence poderá sustar o andamento da ação, desde que haja provocação de
partido político e sustação se dê pelo voto da maioria dos membros da Casa. É o
que estabelece o artigo 53 parágrafo primeiro, da Constituição Federal, com
redação dada pela EC 35, de 20 de dezembro de 2001.
Assim
– para impedir ingerência do Executivo-, a Constituição confere ao Legislativo
a competência para dispor sobre sua organização, polícia e provimento de cargos
e serviços (artigos 51, IV, e 52, XIII, da CF).
Ideias idênticas se aplicam ao Judiciário. A esse órgão do Poder também
foram conferidas garantias. O artigo 95 assegura aos juízes os seguintes
predicamentos: I – vitaliciedade; II – inamovibilidade; III – irredutibilidade
de subsídio. Note-se o da vitaliciedade. O juiz não perde seu cargo por decisão
estranha ao Poder de que faz parte. Só este pode decidir a respeito da perda do
cargo, e nunca por decisão administrativa, mas por decisão com a marca da
jurisdição. Por isso, alude a “sentença judicial”. Essa vitaliciedade só é
adquirida após dois anos de exercício, no dizer do artigo 95, I.
A
inamovibilidade é outra faceta reveladora da independência. Objetiva permitir a
livre atuação do magistrado na sua jurisdição sem temor de eventual remoção por
haver desagradado quem quer que seja. A inamovibilidade garante decisões
sobranceiras. A sua eventual remoção por “motivo de interesse público” só se
pode dar por decisão do Tribunal competente. Nunca por decisão de órgão
estranho ao Poder Judiciário.
Igualmente, no caso da irredutibilidade de
subsídios. Quer-se, com tal garantia, impedir que Executivo e Legislativo, em
possível conluio, reduzam subsídios da magistratura com objetivo de amesquinhar
o Judiciário. Aqui, também, o constituinte se preocupou com a instituição para
conferir-lhe independência. Tanto que, no artigo 95, parágrafo único, impõe
restrições à atividade dos magistrados sob pena de cargo judiciário. Impede-os
de exercer outras funções, salvo uma de magistério; de receber percentagens ou
custas nos processos sujeitos ao seu despacho e julgamento; de se dedicar a
atividade político-partidária; de receber auxílios ou contribuições de pessoas
físicas ou entidades públicas ou privadas e de exercer a advocacia no juízo ou
tribunal do qual se afastou, durante três anos. Tudo com o objetivo de dirigir
o trabalho do juiz à instituição e de impedir qualquer comprometimento
emocional que lhe retire a desejável imparcialidade (daí porque proíbe a
atividade político-partidária).
As
prerrogativas e as proibições buscam assegurar a independência. O Judiciário,
tal como o Legislativo, também organiza seus serviços auxiliares, provendo-lhes
os cargos, na forma da lei. Cuida de todo aparato administrativo necessário
para dar suporte ao desempenho de sua atividade típica. Não depende, como
visto, do Poder Executivo, cuja atividade típica é administrar.
O
Executivo, por sua vez, tem sua independência revelada pelas competências privativas
que lhe são atribuídas e, ainda, porque a Constituição lhe confere,
independentemente de autorização do Legislativo ou do Judiciário, a direção
superior da administração pública, conferindo ao seu Chefe (Presidente da
República) o comando supremo do braço civil e do braço militar.
Embora
a atividade dos três Poderes se inter-relacione, dado que o desempenho de um se
relaciona com o de outro, a regra constitucional é a da indelegabilidade de atribuições.
A Constituição anterior previa expressamente a indelegabilidade de atribuições
de um para outro Poder, assim como o impedimento de exercício simultâneo de
funções. Tal previsão não se deu no
Texto Constitucional em vigor. Entretanto, facilmente se extraem essas
conclusões do exame do ordenamento jurídico.
Em
primeiro lugar, ao tripartir o Poder, o constituinte assinalou a independência
entre eles. A independência supõe separação, sendo ilógico supor que, separadas
as funções e entregues a órgãos distintos por uma vontade dos órgãos criados,
possam eles, a seu critério, delegar atribuições, uns para outros. Em segundo
lugar, porque a Constituição prevê expressamente hipótese de delegação. É o
caso da delegação que o Congresso Nacional pode fazer ao Presidente da
República para que este elabore a lei delegada (artigo 68 CF). Se a delegação pudesse
ser feita segundo critérios de cada Poder, não haveria necessidade da aludida
autorização delegatória constitucional.
Ao
lado da indelegabilidade de atribuições, impossibilita-se a investidura em
funções de Poderes distintos. Quem for investido na função de um deles não
poderá exercer a de outro. Essa convicção também deflui do exame do sistema
constitucional. É o que o artigo 56 preceitua que não perderá o mandato o
deputado ou senador investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária. Ora, se há
autorização expressa para o exercício de funções do Executivo, por membros do
Legislativo, fica evidente que o exercício simultâneo de funções não é tolerado
pela Constituição (salvo as hipóteses expressamente mencionadas).
O
objetivo constitucional é evidente: quer-se preservar a independência de cada
órgão do Poder. De fato, a vantagem da tripartição do poder reside na
circunstância de os integrantes de cada qual deles se investirem, funcional e
psicologicamente, nas suas atribuições próprias. Só assim se garante desempenho
desenvolto e livre. Se alguém é, ao mesmo tempo, deputado e governador, não
poderá desempenhar nenhuma dessas funções a contento. Basta dizer que uma das
funções do Legislativo é a fiscalização dos atos do Executivo.
Apreciando
as sábias palavras de Castro Alves neste trecho do poema Estrofes do Solitário,
notamos a lição:
“Basta de covardia! A hora soa...
Voz ignota e fatídica ressoa,
Que vem .... Donde? De Deus.
A nova geração rompe da terra,
E, qual Minerva armada para a
guerra,
Pega a espada ...olha os céus. ”
6 – Brasil
“Maldição sobre vós,
doutores da lei! Maldição sobre vós, hipócritas! Assemelhai-vos aos sepulcros
brancos por fora; o exterior parece formoso mas o interior está cheio de ossos
e podridão”
Evangelho II, S.
Matheus, capítulo XXII.
Colonização
é o ato de colonizar, ou seja, quando pessoas de um determinado país ou região
vão para uma outra região (desabitada ou com nativos) para habitar ou explorar.
No processo de colonização, ocorre a influência ou transferência cultural dos
colonizadores para os colonizados e vice-versa. Existem dois tipos de colonização:
de exploração e de povoamento. No Brasil, por exemplo, a de exploração foi a
que predominou, pois, os portugueses vieram para o nosso país, a partir de
1500, para retirar recursos naturais e minerais (pau-brasil, ouro,
diamantes) ou para produzir açúcar, levando o lucro para Portugal. Os
portugueses não estavam interessados em desenvolver o Brasil. Este mesmo tipo
de colonização ocorreu nos países da América que foram colonizados pela
Espanha. Na colonização de povoamento, os colonizadores buscam desenvolver a
região colonizada. Criam leis, organizam, investem em infraestrutura e lutam
por melhorias. Como exemplo, podemos citar a colonização inglesa nos Estados
Unidos.
A
História diz que no dia 22 de abril de 1500 as caravelas da esquadra portuguesa
comandada por Pedro Álvares Cabral chegou ao litoral sul do estado da Bahia.
Era um local que havia um monte, que foi batizado de Monte Pascoal.
Em
24 de abril, dois dias após a chegada, ocorreu o primeiro contato entre os
indígenas brasileiros que habitavam a região e os portugueses. De acordo com os
relatos da Carta de Pero Vaz de Caminha foi um encontro pacífico e de
estranhamento, em função da grande diferença cultural entre estes dois povos.
O
descobrimento do Brasil deve ser entendido dentro do contexto das Grandes
Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI). Portugal e Espanha
eram as nações mais poderosas do mundo e se lançaram ao mar em busca de novas
terras para explorar. Usavam também o mar como rota para chegar as Índias,
grande centro comercial da época, onde compravam especiarias (temperos,
tecidos, joias) para revender na Europa com alta lucratividade.
A expressão "descobrimento" do Brasil está carregada de
eurocentrismo (valorização da cultura europeia em detrimento das outras), pois
desconsidera a existência dos índios em nosso país antes da chegada dos
portugueses. Esta ocorreu em 22 de abril de 1500, data que inaugura a fase
pré-colonial.
Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os
portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os
indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a
explorar o pau-brasil da Mata Atlântica.
O pau-brasil tinha um grande
valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito
utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses
utilizaram o escambo, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras
bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento
até as caravelas).
Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos
holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de
Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as terras recém
descobertas em 1494). Os corsários ou piratas também saqueavam e
contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da
coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para
tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as
feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com
os indígenas. No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a
primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin
Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro,
expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu
dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em
faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os
recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer
o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias
fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e
dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco
foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos
investimentos do rei e de empresários.
Após a tentativa fracassada de estabelecer as
Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o
Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O
primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de
combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil,
defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos
políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos
proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não
podia participar da vida pública nesta fase. A capital do Brasil neste período
foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.
A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de
engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar.
Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a
venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a
produção de tabaco e algodão.
As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes
fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e
visando o comércio exterior. O Pacto Colonial imposto por
Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.
A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande
diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos,
estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por
trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os
escravos de origem africana.
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho
exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma
participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. A casa-grande
era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da
família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria
e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho
escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma
foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de
seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de
açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros
africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos
engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam
os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis
chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.
O transporte era feito da África para o Brasil nos
porões dos navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam
antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir
do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam
muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de
péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e
com pouca higiene) acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente
castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil
Colônia.
Eram proibidos de praticar sua religião de origem
africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a
religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua
portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não
deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais,
praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até
desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.
As mulheres negras também sofreram muito com a
escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra,
principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até
mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam
comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns
"trocados" durante toda a vida, conseguiam tornar-se livres. Porém,
as poucas oportunidades e o preconceito das sociedades acabavam fechando as
portas para estas pessoas.
O negro
também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas
nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os
famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes
viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que
existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua
e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares,
comandado por Zumbi.
A partir da metade do século XIX a escravidão no
Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu
mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill
Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses
de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.
Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou
a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro
de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de
escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei
dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de
idade.
Somente no final do século XIX é que a escravidão foi
mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de
1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.
Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a
realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e
assistência do Estado, muitos negros passaram por dificuldades após a liberdade.
Muitos não conseguiam empregos e sofriam preconceito e discriminação racial. A
grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições e a
sobreviver de trabalhos informais e temporários.
Em função do desempenho insatisfatório do sistema de
Capitanias Hereditárias, D. João III, rei de Portugal resolveu criar o
Governo-Geral no Brasil no ano de 1549. Era uma forma de centralizar o poder na
colônia e acabar com a desorganização administrativa. Os três governadores
gerais do Brasil que mais se destacaram foram Tomé de Souza, Duarte da Costa e
Mem de Sá. Como resultados da implantação deste sistema
político-administrativo no Brasil, podemos citar: catequização de indígenas,
desenvolvimento agrícola e incentivo à vinda de mão-de-obra escrava africana
para as fazendas brasileiras. Este sistema durou até o ano de 1640, quando foi
substituído pelo Vice-Reinado.
Após este breve recorte histórico que se fez necessário
para a compreensão do atual cenário político, vamos adentrar a conjuntura
política do século XXI precisamente os anos 90 onde se destacam Fernando Collor
de Mello, Itamar Franco, Ulysses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Luís
Inácio Lula da Silva e P.C. Farias.
Fernando
Collor de Mello é o presidente mais jovem da história da República, eleito aos
quarenta anos de idade e foi o primeiro presidente eleito por voto direto do
povo após o Regime Militar (1964/1985). O único deposto por um processo de
impeachment no país. Seu governo foi marcado pela implementação do Plano Collor
e a abertura do mercado nacional às importações e pelo único de um programa
nacional de desestatização. Seu Plano, que no início teve uma boa aceitação,
acabou por aprofundar a recessão econômica, corroborada pela extinção, em 1990,
de mais de 920 mil postos de trabalho e uma inflação na casa dos 1200% ao ano,
junto a isso, denúncias de corrupção política envolvendo o tesoureiro de
Collor, Paulo César Farias (P.C. Farias), feitas por Pedro Collor de Mello,
irmão de Fernando Collor, culminaram com um processo de impugnação de mandato
(Impeachment). O processo, antes aprovado, fez com que o presidente renunciasse
ao cargo em 29 de dezembro de 1992, deixando-o para seu vice Itamar Franco.
Collor ficou inelegível por oito anos.
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades
começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de
Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira-dama Rosane Collor. Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do
presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da
campanha Paulo César Farias, entre outros fatos comprometedores
para o presidente. Em meio à forte comoção popular, é instalada em 27 de maio
uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Em 1° de
junho, a CPI começa seus trabalhos com forte cobertura dos meios de
comunicação. A Revista IstoÉ publica em 24 de junho uma matéria na
qual Eriberto França, motorista da secretária de Collor, revela que ele próprio
pagava as despesas pessoais do presidente com dinheiro de uma conta fantasma
mantida por Paulo César Farias,
reforçando a tese do irmão do presidente. Em
2 de setembro é aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados proposto por Barbosa Lima Sobrinho e
Marcello Lavenére Machado, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas,
como o movimento dos Caras-pintadas.
Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos, a Câmara vota pelo impeachment do
presidente, que renuncia antes de ser condenado. A presidência é assumida pelo
então vice-presidente, Itamar
Franco. Em 29 de dezembro de 1992
renunciou à presidência da República, horas antes de ser condenado pelo Senado
por crime de responsabilidade, perdendo seus direitos políticos por oito anos.
O
chamado esquema PC Farias foi a principal causa do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e refere-se a denúncias que ligaram
diretamente a figura do presidente a irregulares praticadas por PC na
captação de dinheiro para a campanha presidencial.
O
dito "esquema" recebeu este nome porque tinha como figura central no
caso o empresário Paulo César
Farias. Durante a campanha política para as eleições
de 1989, PC Farias foi tesoureiro da chapa que unia Fernando Collor de Mello e Itamar Franco para disputa da Presidência da República. Após a
vitória nas urnas, Farias continuou muito próximo ao governo do recém empossado
presidente Fernando Collor, com influência em várias áreas do governo. Segundo
a imprensa noticiou na época, várias decisões do governo Collor foram
influenciadas por PC Farias, que seria o líder de uma espécie de poder
paralelo, cuja influência se estenderia desde o Palácio do Planalto ao Banco
Central, passando por quase todos os ministérios. No entanto, segundo Renan Calheiros,
mais do que ser um governo paralelo, PC sobrepunha seu esquema ao próprio
governo oficial. PC foi acusado de formação
de quadrilha e extorsão, além de cumplicidade em concussão, que é o uso de cargo ou
função para obter vantagens. As acusações contra PC acabariam por envolver o
próprio presidente da República. Collor
foi acusado de ter recebido dinheiro de PC Farias para favorecer empresas.
Itamar Franco, como Vice-presidente, divergia em
diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a
retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do presidente, assumiu interinamente o
papel de chefe de Estado e chefe de governo em 2 de outubro de 1992 e o papel
de Presidente da República em 29 de dezembro daquele ano. Durante seu governo
realizou‐se um plebiscito sobre a forma de governo do
Brasil; o resultado foi a permanência da república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência,
foi executado o Plano Real.
Sua
equipe de governo era composta majoritariamente por mineiros, e, sendo ele
também mineiro, seu governo ficou informalmente conhecido como República do Pão
de Queijo. O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, com a inflação chegando a 1100% em 1992, e alcançando
2708,55% no ano seguinte (a maior da história do Brasil). Itamar trocou de
ministros da economia várias vezes, até que Fernando
Henrique Cardoso assumisse o Ministério da Fazenda. Defendeu o
relançamento do Fusca, que ficou
conhecido como Fusca do Itamar.
Em fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real, elaborado pelo Ministério
da Fazenda a partir de idealização do economista Edmar Bacha, que estabilizou a
economia e acabou com a crise
hiperinflacionária. Plano Real foi
um programa brasileiro com o objetivo de estabilização e reformas econômicas,
iniciado em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da medida provisória número 434. Tal medida provisória
instituiu a Unidade Real de Valor (URV), estabeleceu regras de conversão
e uso de valores monetários, iniciou a desindexação
da economia, e determinou o lançamento de uma nova moeda, o real.
O
programa foi a mais ampla medida econômica já realizada no Brasil e tinha como objetivo principal o
controle da hiperinflação que assolava o país. Utilizou-se de
diversos instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação que
chegou a 46,58% ao mês em junho de 1994, época do lançamento da nova moeda. A
idealização do projeto, a elaboração das medidas do governo e a execução das
reformas econômica e monetária contaram com a contribuição de vários
economistas, reunidos pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.
O
presidente Itamar Franco autorizou que os trabalhos se dessem
de maneira irrestrita e na máxima extensão necessária para o êxito do plano, o
que tornou o Ministro da Fazenda no homem mais forte e poderoso de seu governo,
e no seu candidato natural à sua sucessão. Assim, Fernando Henrique Cardoso elegeu-se Presidente do Brasil em outubro do mesmo ano.
O
Plano Real mostrou-se nos meses e anos seguintes o plano de estabilização
econômica mais eficaz da história, reduzindo a inflação (objetivo principal),
ampliando o poder de compra da população, e remodelando os setores econômicos
nacionais.
Fernando Henrique coordenou a elaboração da plataforma
eleitoral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em 1978, inicia sua carreira política. Naquele ano, concorreu ao Senado Federal, elegendo-se suplente
de Franco Montoro. Após a eleição
deste para o governo do estado de
São Paulo, assume sua cadeira no senado em março de 1983. Participou da
campanha das Diretas Já,
contribuindo para que não houvesse radicalização política durante a transição
para a democracia. Foi derrotado por Jânio
Quadros em 1985 para prefeito de São Paulo e reelege-se senador um ano depois.
Torna-se um dos principais líderes nacionais do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB).
Juntamente com outros dissidentes do partido, ajudou a fundar o Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) em 1988. Após o impeachment de Fernando Collor, contribuiu para a
transição pacífica para o governo de Itamar
Franco, de quem foi ministro das
Relações Exteriores e ministro da Fazenda. Neste cargo,
chefiou a elaboração do Plano
Real, que acabou com a hiperinflação e estabilizou a economia. Com a ajuda
do sucesso do plano, foi eleito Presidente da República no primeiro turno da eleição de 1994.
Foi empossado presidente em 1º de janeiro de 1995.
Prosseguiu com as reformas econômicas iniciadas, as taxas de inflação
continuaram baixas, houve a privatização
de diversas empresas e a abertura
de mercado, que deu maior visibilidade no mercado externo. O governo conseguiu
a aprovação de leis na área econômica e administrativa, como a Emenda
Constitucional de 1997, que permitiu a reeleição para cargos executivos. Em
1998 venceu a eleição
presidencial no primeiro turno,
tornando-se o primeiro presidente até então a ser reeleito. Durante o segundo
mandato, crises internacionais, uma forte
desvalorização do Real, a crise
do apagão e outros acontecimentos
ocorreram. Consequentemente, teve uma grande queda de popularidade.
O mandato presidencial vigente quando Fernando
Henrique assumiu o cargo foi estabelecido pela Assembleia Nacional Constituinte em cinco anos sem a possibilidade de
reeleição. O governo federal começou a planejar a emenda constitucional
permitindo a reeleição ainda em 1994, sendo
apresentada em 1997. O Congresso Nacional aprovou em 4 de junho daquele ano a
emenda constitucional de número dezesseis, que permitiu uma reeleição
consecutiva para o Executivo em todos os níveis. Meses após a ratificação,
parlamentares governistas admitiram ter vendido seus votos e acabaram
renunciando. As investigações sobre o caso nunca avançaram. Posteriormente,
Cardoso admitiu a possibilidade de ter ocorrido compra de votos, declarando:
"Houve compra de votos? Provavelmente. Foi feita pelo governo federal? Não
foi. Pelo PSDB: não foi. Por mim, muito menos. Vocês se esquecem de que os
governos estaduais estavam em jogo, que os governadores queriam a reeleição.
As eleições gerais de 1998 ocorreram durante uma crise econômica, que comprometia a
política econômica do governo. Após a declaração
de moratória da Rússia em agosto
daquele ano, o real sofreu intensa especulação e a sua
desvalorização tornou-se incontrolável, o que colocava em risco a principal
conquista governista. A política
de estabilidade e da continuidade de reformas para a suposta finalização do Plano Real foi o principal apelo da campanha
eleitoral tucana, que baseou-se na ideia de que a continuidade do governo era
fundamental para que a estabilização atingisse outros setores, estabelecendo
metas para as áreas de saúde, agricultura, emprego, educação e segurança.
Sucessor de Fernando Henrique Cardoso na presidência
da República, Luiz Inácio Lula da Silva é um político, ex-sindicalista e
ex-metalúrgico brasileiro. Foi o 35º presidente do Brasil, cargo que exercer de
1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011. Foi sucedido na presidência pela
candidata governista Dilma Rousseff. É cofundador e presidente de honra do
Partido dos Trabalhadores (PT), no qual precisou lidar por anos com radicais
que foram contra sua mudança de estratégia econômica após três derrotas em eleições
presidenciais. Em 1990, foi um dos fundadores e organizadores, junto com Fidel
Castro, do Foro de São de Paulo, que congrega parte dos movimentos políticos de
esquerda da América Latina e do Caribe. Lula bateu recordes históricos de
popularidade durante seu mandato, conforme medido pelo Datafolha. Programas
sociais como o Bolsa Família e Fome Zero são marcas de seu governo, programa
este que teve seu reconhecimento por parte da Organizações das Nações Unidas
como um país que saiu do mapa da fome.
Em 16 de março de 2016, pouco mais de cinco anos
depois de ter deixado a presidência da República, foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil, no
segundo mandato de sua sucessora Dilma
Rousseff. A nomeação foi criticada por juristas e pela imprensa, com base em gravações
de ligações telefônicas de Lula, como tendo o objetivo de evitar o impeachment contra a presidente, e também na
tentativa de obter foro
privilegiado, por estar sendo investigado na Operação
Lava Jato.
A
partir do início de 2016, a vida do político passou a mostra-se bem conturbada,
com investigações contra si por acusações dos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e ocultação de patrimônio. Em 2016, Lula teve de prestar
depoimento sob condução
coercitiva nas investigações da Operação Lava Jato. No dia 10 de março
foi pedida a sua prisão
preventiva pelos promotores
Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo, do
Ministério Público de SP em outra
investigação, no caso Bancoop. Em 16 de março de 2016, com o objetivo
declarado de evitar o impeachment contra a Presidente Dilma Rousseff, e também na tentativa
de obter foro privilegiado, foi
nomeado ministro Chefe da Casa Civil do governo, no lugar de Jaques Wagner.
Em
janeiro de 2016 o ministério
público de São Paulo obteve
indícios suficientes para denunciar o ex-presidente Lula pelo crime de lavagem de dinheiro, segundo a
investigação a construtora OAS,
investigada na Operação Lava
Jato, reservou para a família do petista um apartamento tríplex no Guarujá e pagou, ainda segundo a investigação,
por uma reforma estrutural no imóvel no valor de R$ 777 mil. Os promotores
apuram também se a construtora usou outros apartamentos no mesmo prédio para
lavar dinheiro ou beneficiar outras pessoas indevidamente.
Ao Jornal
Nacional, o promotor do caso afirmou que há indícios de que houve
tentativa de esconder a verdadeira identidade do dono do tríplex. E essa
seria uma forma de encobrir o crime de lavagem
de dinheiro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo a construtora OAS, gastou R$ 380
mil para mobiliar o apartamento tríplex no edifício Solaris, em Guarujá, que
seria propriedade de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em
entrevista concedida a Revista
Veja, o procurador federal Carlos Lima, declarou que serão
"investigadas [na operação
Lava Jato] todas as operações desses apartamentos [do edifício Solaris].
Queremos verificar se há outros indicativos de lavagem de dinheiro nesse
empreendimento". Ainda em entrevista para a mesma revista o delegado Igor de Paula, coordenador da Operação
Lava Jato, declarou "Não necessariamente todos os imóveis do Solaris tem
irregularidades. Se houver irregularidade [no suposto tríplex de Lula], ele
provavelmente vai ser chamado a falar sobre isso", prosseguiu. Segundo a revista Veja o "tríplex de Lula" está
registrado em nome da OAS, mas a Polícia
Federal o incluiu no rol dos
imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” sob
investigação na Operação Triplo
X.
Segundo
o Ministério Público
Federal, "embora o ex-presidente tenha alegado que o apartamento não
é seu, por estar em nome da empreiteira, depoimentos do zelador, da porteira, do síndico e de dois engenheiros da OAS, bem como
dirigentes e empregado da empresa contratada para a reforma referem-se a
visitas e a participação de sua família em tratativas sobre a reforma do
apartamento.
Segundo
o jornal Folha de S.Paulo Marisa Letícia, mulher de Lula,
adquiriu a opção de compra do tríplex de 267 metros quadrados, em 2005 por meio
da cooperativa habitacional Bancoop, a antiga titular do prédio. Em 2014, o tríplex foi totalmente
reformado pela OAS. Porém, em novembro de 2015,
a assessoria de Lula informou à Folha que a família havia desistido de ficar
com o imóvel. A defesa do ex-presidente argumenta que ele nunca foi
dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da
Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A cooperativa se tornou
insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS.
Ao Jornal Nacional José Carlos Blat, o promotor do caso,
contestou a versão de Lula. Segundo ele, na Bancoop, não existem cotas “A
Bancoop não é um consórcio. A Bancoop oferecia unidades habitacionais. Todos, sem
exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao longo do tempo, pagaram
as prestações devidas à Bancoop, que colocou um sobrepreço indevido, ilegal.
Então, todas as pessoas que compraram da Bancoop compraram coisas concretas, ou
seja, unidades habitacionais, apartamentos e casas. Não existem cotas da
Bancoop”.
Em
fevereiro do mesmo ano Sérgio Moro, juiz federal que conduz
os processos da Operação Lava
Jato, autorizou a abertura de inquérito para que a Polícia Federal investigue o
Sítio Santa Bárbara, em Atibaia,
usado pelo ex-presidente. A família de Lula usa frequentemente o sítio, que foi
reformado em 2011. Segundo o site da Revista
Época, entre 2012 e2015 Lula e a família viajaram 111 vezes ao
sítio, que tem 173 mil metros quadrados, lago, piscina e uma ampla residência.
O
Ministério Público Federal suspeita que as empreiteiras OAS e Odebrecht tenham realizado obras na propriedade rural como compensação por
contratos com o governo. Segundo a investigação, a reforma teria custado
aproximadamente R$ 500 mil. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a empreiteira
OAS pagou em dinheiro vivo os móveis e eletrodomésticos da cozinha e da área de
serviço do sítio, e ainda segundo o jornal o total comprado para o sítio foi de
R$ 180 mil.
A força-tarefa da Lava Jato investiga quem são os
donos do sítio e quais as relações do advogado Roberto Teixeira, compadre do
ex-presidente Lula, com a compra e a reforma do Sítio Santa Bárbara. A
propriedade está em nome de Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT), e do empresário Jonas Suassuna,
sócio de um dos filhos de Lula. A escritura aponta que eles compraram o sítio,
que tem área equivalente a 24 campos de futebol, por R$ 1,5 milhão. O negócio
foi formalizado em outubro de 2010 no escritório de Teixeira, padrinho do filho
caçula do ex-presidente, Luis Cláudio. A investigação apura, ainda, se Bittar e
Suassuna serviram para ocultar o nome dos verdadeiros proprietários do sítio.
O instituto Lula em nota declarou: "São infundadas
as suspeitas dos promotores e são levianas as acusações de suposta ocultação de
patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares”. Ainda segundo o
instituto "Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada
ilegal. [...] A tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de
macular a imagem do ex-presidente".
O
advogado de Lula afirmou: "Fico perplexo em saber que um promotor esteja
cogitando denunciar alguém sem ter dado a oportunidade de prévia
manifestação". Ainda segundo o advogado do ex-presidente "Lula e sua
família nunca foram proprietários de um apartamento tríplex no Edifício
Solaris, porque optaram por pedir a devolução do dinheiro investido no
projeto".
Sobre
o sítio em Atibaia,
o Instituto Lula afirmou, em nota, que o ex-presidente Lula nunca escondeu que
frequenta em dias de descanso o sítio Santa Bárbara, que pertence a amigos dele e de sua família. O instituto
afirma que não há nada ilegal nestes fatos, que só eles não servem para
vincular Lula a qualquer espécie de suspeita ou investigação.
Em
entrevista a blogueiros dias antes de surgirem as denúncias, Lula afirmou que
“não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja
evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”, disse.
Em
4 de março de 2016, a ministra do Supremo
Tribunal Federal, Rosa Weber negou o pedido apresentado pela defesa
de Lula para suspender duas investigações, sobre o tríplex em Guarujá e o sítio
em Atibaia ligados a ele. Rosa Weber negou a suspensão argumentando não ter
observado "ilegalidade irrefutável, patente e de imediata
compreensão" nas duas investigações. Em caso de interrupção, haveria
risco, segundo ela, de "indevida ingerência em prerrogativa constitucional
titularizada pelo Ministério Público em nome da sociedade".
No
mesmo dia, em um discurso inflamado na sede do Sindicado dos Bancários de São
Paulo, Lula afirmou "eu passei a ser o melhor presidente do começo do
século 21 no mundo inteiro", e afirmou também que "Se eles (o juiz
Sérgio Moro e os procuradores), juntos, forem R$ 1 mais honestos do que eu,
desisto da vida política".
Também
no dia 4 de março, pouco depois do depoimento do ex-presidente no Aeroporto de
Congonhas, a deputada federal Jandira
Feghali do PCdoB gravou um vídeo publicado na internet onde é possível ouvir em segundo plano
Lula pronunciando a frase: "Eles que enfiem no cu todo
esse processo ". Como faz entender a própria deputada, Lula estaria
conversando pelo telefone com a presidente Dilma
Rousseff. O ex-presidente possivelmente se referia aos processos nos quais ele
vem sendo investigado.
Sucedendo
Lula na presidência da República Dilma Vana Rousseff é uma economista e
política brasileira, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e atual
presidente da República Federativa do Brasil. Durante o governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de
Minas e Energia e posteriormente da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT
para concorrer à eleição presidencial, cujo resultado de segundo turno,
anunciado em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher presidente a ser
eleita para o posto de Chefe de Estado e Chefe de Governo em toda a história do
Brasil. Em 26 de outubro de 2014 foi reeleita, novamente no segundo turno das
eleições.
Em 2005 Rousseff foi nomeada Ministra-chefe da Casa
Civil, em substituição a José
Dirceu, que renunciara ao cargo após o advento do chamado Escândalo do Mensalão. Além de ser a
primeira mulher presidente, Dilma também foi a primeira mulher a atuar como
secretária da Fazenda de Porto Alegre, a primeira ministra de Minas e Energia
do Brasil e a primeira chefe da Casa Civil, durante o Governo Lula.
Em abril de 2007, Dilma já era apontada como possível
candidata à presidência da República na eleição
de 2010. Naquele mesmo ano, o
presidente Lula passou a dar destaque a então ministra com o objetivo de testar
seu potencial como candidata. Em
abril de 2009, Lula afirmou que "Todo mundo sabe que tenho intenção de
fazer com que Dilma seja candidata do PT e dos partidos, mas se ela vai ganhar
vai depender de cada brasileiro". Para
cumprir com a lei eleitoral de desincompatibilização, Dilma deixou o Ministério da Casa-Civil em 31 de março de 2010, sendo sucedida
por Erenice Guerra.
A Convenção Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizada
em Brasília no dia 13 de junho de 2010,
oficializou Dilma como a candidata do partido à presidência, bem como
oficializou o então presidente da Câmara
dos Deputados, Michel Temer, como
seu vice. A coligação de Dilma e
Temer recebeu o nome de: Para
o Brasil seguir mudando e foi
composta por dez partidos. Em seu
discurso de aceitação como candidata, declarou: "Não é por acaso que
depois desse grande homem o Brasil possa ser governado por uma mulher, uma
mulher que vai continuar o Brasil de Lula, mas que fará o Brasil de Lula com
alma e coração de mulher".
O mote da campanha petista foi a continuidade do
governo Lula. Até então
desconhecida por grande parte do eleitorado, Dilma passou a liderar a corrida
pela sucessão presidencial no final de junho. Ela foi beneficiada pela
aprovação recorde do governo Lula, que atingiu patamares superiores aos 80%. O presidente engajou-se pessoalmente
na campanha, participando de vários comícios, gravando para a propaganda
eleitoral e declarando apoio à candidata repetidas vezes. O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE)
interpretou algumas dessas declarações como propaganda eleitoral antecipada,
multando-os diversas vezes.
Algumas pesquisas de opinião indicavam que Dilma
poderia vencer a eleição já no primeiro turno. Ela chegou a atingir mais de 30% de
diferença em relação a José Serra, candidato do PSDB. Após a divulgação pela imprensa
das suspeitas de tráfico
de influência no Ministério da Casa-Civil
envolvendo a ministra Erenice Guerra, ex-secretária executiva e braço direito
de Dilma, as pesquisas passaram a indicar uma migração de votos da petista para
Marina. Também contribuiu para
sua queda nas pesquisas a questão da descriminalização do aborto, em que seus
opositores afirmavam que Dilma seria favorável ao aborto, embora ela tenha
negado ter esta posição.
Em
3 de outubro, Dilma obteve 46,91% dos votos válidos, classificando-se para o
segundo turno com Serra, que atingiu 32,61%. Marina
Silva, candidata do PV,
conquistou 19,33% dos votos, tirando da petista a vantagem que a elegeria no
primeiro turno, como tinha sido apontado inicialmente pelos institutos de
pesquisas.
No
segundo turno, Marina optou por não declarar apoio a nenhum dos dois
candidatos. Dilma manteve a
vantagem sobre Serra nas pesquisas de opinião. Em 31 de outubro, ela obteve
55 752 529 votos (56,05%), elegendo-se a primeira mulher presidente
do Brasil. Em seu discurso de
vitória, destacou o papel das mulheres e agradeceu o apoio do presidente Lula. Sua vitória teve grande repercussão na
imprensa internacional, que destacou o ineditismo por ser a primeira presidente
e o peso de seu padrinho político.
Dilma foi empossada como a 36ª presidente do Brasil em 1º
de janeiro de 2011.Em seu discurso de posse, prometeu erradicar a pobreza e
mudar o sistema tributário. Antes
mesmo de assumir o cargo, afirmou preferir ser tratada como
"presidenta", mas desde sua eleição não houve posicionamento oficial
a respeito do tema, o que gerou certa confusão. Os meios de comunicação não
estabeleceram qualquer padronização, sendo usado desde então tanto "a
presidente" quanto "presidenta".
Em 14 de janeiro de 2011, Dilma visitou as áreas
atingidas pelas enchentes e
deslizamentos de terra no Rio de Janeiro e
liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência. No início de fevereiro, fez a primeira
viagem internacional, escolhendo a Argentina como destino. No mesmo mês,
anunciou um corte de R$ 50 bilhões nas despesas previstas pelo Orçamento Geral
da União para 2011 e fez seu primeiro pronunciamento transmitido em rede
nacional de rádio e televisão. Em
março, recebeu a visita do presidente norte-americano Barack Obama, com quem assinou acordos
de cooperação. Em abril, decretou
luto oficial de três dias pelo Massacre
de Realengo e declarou que o país
estava unido em repúdio à violência.
Em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas em 21 de setembro, defendeu o Estado Palestino ao dizer que "chegou o
momento" daquele país se tornar um membro pleno da ONU. Dilma também
exaltou o papel das mulheres na política, declarando: "Pela primeira vez
na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral: é a
voz da democracia". Em
novembro, sancionou a lei que instituiu a Comissão
Nacional da Verdade e a Lei de acesso à informação,
regulamentando o direito do acesso à informações públicas.
Em
seu primeiro ano de mandato, sete ministros foram substituídos. Os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho) demitiram-se
após denúncias de corrupção. Nelson
Jobim, então ministro da Defesa,
pediu demissão após classificar o governo Dilma como "atrapalhado".
Em
fevereiro de 2012, o governo federal leiloou os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. As concessionárias vencedoras irão
administrar os aeroportos durante o prazo de concessão, que varia de vinte a
até trinta anos. O governo arrecadou R$ 24 bilhões com os leilões. Também
foram, posteriormente, concessionados para a iniciativa privada trechos de
rodovias e ferrovias federais.
Em maio de 2012, anunciou, em rede nacional de
televisão, a criação do programa Brasil Carinhoso, com o objetivo tirar
da miséria absoluta todas as famílias com integrantes de até quinze anos. No mês seguinte, ela sancionou a
Lei nº 12 677, que criou mais de setenta mil cargos a serem preenchidos
até 2014 na área educacional e,
em agosto, sancionou a lei que destina metade das vagas em universidades
federais para estudantes de escolas públicas.
Dilma
manteve um alto índice de aprovação nos dois primeiros anos de seu mandato. Neste período, a aprovação do governo
nunca foi inferior a 48% de ótimo ou bom e sua avaliação pessoal atingiu a casa
dos 70% diversas vezes. Estes
índices deram-lhe um início de mandato com melhor aprovação do que comparado ao
mesmo período dos ex-presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
Em
seu primeiro pronunciamento rede nacional de rádio e televisão do ano de 2013,
anunciou uma redução na conta de luz e declarou que "ao mesmo tempo, com a
entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em
mais de 7% nossa produção de energia e ela irá crescer ainda nos próximos
anos". Em março, anunciou a
desoneração de impostos federais sobre a cesta básica com o objetivo de
reaquecer a economia.
Em junho de 2013, em
meio à histórica onda de protestos da população que se espalharam por todo País sobre insatisfação relacionada aos
Poderes Executivo e Legislativo, aliada a questões sobre condições de saúde,
educação e segurança, geraram a maior queda na popularidade de Dilma, que foi
de 55% para 31% de ótimo ou bom. Esta foi uma das maiores quedas de popularidade
registradas na avaliação do governo federal desde Fernando Collor. A onda de
protestos também atingiu negativamente a popularidade de governadores,
prefeitos, deputados e da maioria dos partidos do país. Em 21 de junho de 2013,
um dia após a maior manifestação registrada nessa onda de protestos, Dilma
cancelou uma viagem que faria ao Japão e convocou uma reunião de emergência.
No mesmo dia, foi gravado um pronunciamento presidencial, que foi
transmitido na mesma noite. Neste pronunciamento, Dilma anunciou a criação de cinco pactos e uma proposta de plebiscito para
constituinte da reforma política.
Em setembro de 2013, documentos do Governo dos Estados
Unidos classificados como ultrassecretos vazaram, revelando que Dilma e seus
principais assessores, além de grandes empresas como a Petrobrás, foram espionados pelo
governo norte-americano. Em 17 de setembro, Dilma cancelou a viagem oficial que
faria aos EUA naquele ano. Em 24 de setembro, a presidente discursou na
Assembleia Geral da ONU, onde declarou que a espionagem fere a soberania e o
direito internacional. Ela
classificou as denúncias como uma "grave violação dos direitos humanos e
das liberdades civis" e uma "afronta aos princípios que devem guiar
as relações entre os países". Em
fevereiro de 2015, uma reportagem do The
New York Times afirmou que os
programas de espionagem da NSA no Brasil e no México continuaram mesmo após as revelações
ao público e o estremecimento das relações bilaterais.
Em 21 de outubro de 2013, foi leiloado o Campo de
Libra, considerado o maior campo de petróleo da Camada pré-sal. Naquele mesmo dia, a
presidente Dilma fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão
negando que o leilão significava a privatização do petróleo brasileiro. Segundo
ela, "o Brasil é – e continuará sendo – um país aberto ao investimento,
nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania.
Por tudo isso, o leilão de Libra representa um marco na história do
Brasil".
Em 27 de abril de 2014, sancionou o Marco Civil da Internet, que
estabeleceu obrigações e direitos dos provedores de internet. Dilma discursou no fórum global NET mundial, realizado naquele mês,
afirmando: "Esse foi um processo virtuoso que nós levamos no Brasil. O
nosso Marco Civil também foi valorizado pelo processo de sua construção. Por
isso, gostaria de lembrar que ele estabelece princípios, garantias e direitos
dos usuários."
Em 10 de junho de 2014, dois dias antes do início da Copa do Mundo FIFA, Dilma
pronunciou-se em rede nacional de televisão sobre o evento. No pronunciamento,
a presidente defendeu o legado da Copa, declarando: "No jogo, que começa
agora, os pessimistas já entram perdendo. Foram derrotados pela capacidade de
trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca".
Entre junho de 2013 até a realização da Copa, vários
protestos ocorreram contra a
realização do evento no país. Os
manifestantes denunciavam gastos excessivos de verbas públicas para construção
de estádios e estruturas, a isenção de impostos a Federação Internacional de Futebol (FIFA), o padrão dos serviços públicos
comparados ao evento e alegações de corrupção. Dilma também foi alvo dos protestos
por, pelo menos, duas vezes: em seu discurso de abertura da Copa das Confederações FIFA de 2013,
recebeu muitas vaias da plateia; ao
entregar a taça de campeã para a Alemanha, foi novamente vaiada pela torcida.
A avaliação do governo e sua avaliação pessoal tiveram
uma grande queda após os protestos
de junho de 2013. Porém, os
levantamentos continuaram apontando seu favoritismo na disputa eleitoral que
aproximava-se. Durante o ano de
2014, ocorreram várias denúncias relacionadas à Petrobras na Operação
Lava Jato, envolvendo políticos e empreiteiras. A presidente também enfrentou críticas
relacionadas à condução da política econômica. O crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) atingiu os mais baixos níveis
desde o governo Fernando Collor e a inflação acumulada ficou acima do
limite estipulado pelo governo.
Alguns setores do Partido dos Trabalhadores deram vida
ao movimento "Volta, Lula". O movimento defendia que Dilma fosse
substituída pelo ex-presidente Lula como o candidato do partido. O ex-presidente negou a intenção de
ser candidato e declarou apoio à reeleição de Dilma. Na convenção nacional do Partido dos Trabalhadores,
realizada no dia 21 de junho de 2014, o partido oficializou a candidatura de
Dilma à reeleição, tendo novamente Michel Temer (PMDB) como candidato a
vice-presidente.
No início da campanha, as pesquisas eleitorais
indicavam que o senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB, seria seu
principal adversário. O
governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, do PSB, apresentava-se como um candidato de terceira via. Em 13 de agosto de 2014, Campos morreu
em um acidente aéreo na cidade de Santos.
A morte de Campos, seguida da ascensão de Marina Silva como candidata,
alterou o quadro eleitoral. Marina
ultrapassa Aécio nas pesquisas e assume o segundo lugar, com vantagem em
relação à Dilma nos cenários de segundo turno. Porém, Aécio passa a crescer
gradativamente nas pesquisas, assim como Marina começa a cair, em grande parte
devido aos ataques que recebeu e às polêmicas que se envolveu. Nas vésperas do
primeiro turno, as pesquisas indicavam que o segundo turno seria realizado
entre Dilma e Aécio, que estava em empate técnico com Marina, mas com tendência
de alta.
Em 5 de outubro, dia do primeiro turno da eleição,
Dilma votou em Porto Alegre e ainda pela manhã seguiu para Brasília para
acompanhar a apuração dos votos.Com 41,59% dos votos válidos, Dilma foi a mais
votada em quinze estados. Nenhum
dos candidatos obteve a maioria dos votos válidos, sendo então convocado pelo
Tribunal Superior Eleitoral um segundo turno entre Dilma e Aécio, que foi o
segundo colocado com 33,55%. A terceira colocada na disputa, Marina
Silva, ficou com 21,32% e declarou apoio a Aécio.
Nas três semanas de disputa direta entre Dilma e
Aécio, os debates e as críticas concentraram-se na corrupção e na economia. Aécio explorou as investigações da
Operação Lava Jato, enquanto Dilma afirmava que a oposição tentava dar um golpe
ao explorar o caso e que a Polícia
Federal tinha independência para
investigar. Na economia, Dilma
insistiu que o retorno do PSDB ao comando do país seria uma "volta ao
passado" e criticou o governo
Fernando Henrique Cardoso repetidas
vezes. Nas duas últimas semanas,
os ataques se intensificaram nas propagandas, debates televisionados e nos atos
de campanha. Uma semana antes da
votação, o ministro Dias Toffoli decidiu reduzir o tempo de propaganda
eleitoral de ambos os candidatos, em decorrência de violações cometidas por
eles.
As
pesquisas iniciais do segundo turno indicaram Aécio e Dilma empatados
tecnicamente, mas com vantagem numérica do tucano. Na última semana de
campanha, a petista passa a liderar numericamente, mas o empate técnico
persistia. Praticamente repetindo o ritual do primeiro turno, Dilma votou de
manhã em sua seção eleitoral na capital gaúcha e seguiu para a capital federal
para acompanhar a apuração dos votos. Sua reeleição foi anunciada às 20h27min
de 26 de outubro, quando 98% das urnas já haviam sido apuradas. Ela recebeu 54 501 118 votos
(51,64% dos votos válidos), contra os 51 041 155 votos (48,36%) a
favor de Aécio. No discurso de vitória, Dilma pediu união, prometeu diálogo e
negou que o país estaria "dividido". Esta foi a eleição presidencial mais
acirrada em trinta anos e considerada por cientistas políticos uma das mais
"ofensivas" da história política brasileira.
Em
retrospecto, um editorial divulgado pelo O
Estado de S. Paulo em março de
2016 afirmou que a campanha de Dilma em 2014 foi "baseada no medo e em
mentiras de todo o tipo," o que, segundo o jornal, fez com que a
presidente fosse reeleita "para levar o país a um dos mais calamitosos
períodos recessivos de sua história e a uma aguda crise política e moral."
Em 1º de janeiro de 2015, Dilma foi empossada para o seu segundo mandato na
presidência da República Ela
iniciou seu segundo mandato enfraquecida e em meio a uma crise econômica e
política. Desde então, o governo,
em busca de construção da austeridade fiscal, vem tomando medidas impopulares,
como novas regras mais rígidas para aposentadorias, o aumento da luz e da
gasolina, cortes bilionários em todas as áreas e aumento de impostos. No
início de fevereiro, a popularidade da presidente Dilma caiu de 42% para 23%, a
avaliação mais baixa de um governo federal desde dezembro de 1999.
Em 8 de março, durante o discurso da presidente em
comemoração ao Dia Internacional
da Mulher, em várias cidades brasileiras ocorreram manifestações de
desaprovação em forma de "panelaço". No dia 15, simpatizantes da
presidente realizaram uma manifestação de apoio denominada
"coxinhaço", numa referência aos opositores do governo, os assim
denominados "coxinhas" por alguns governistas. Entretanto, a insatisfação
social com os problemas na administração nacional, a crise econômica e,
denúncias de corrupção, levaram a um apoio maciço aos protestos contra o governo Dilma marcados para aquele mesmo dia.
Enquanto alguns manifestantes clamavam pela renúncia da presidente, outros
pediam uma intervenção das forças armadas e, 19 pedidos para seu impeachment já haviam sido feitos, a maioria
solicitados por cidadãos. De
forma geral, as manifestações transcorreram de forma pacífica, mas, alguns atos
de violência foram registrados, como um ataque contra a sede do PT da cidade de Jundiaí. Os protestos foram realizados ao longo
do dia em várias cidades por todo
o país. Brasileiros que residem
no exterior também protestaram no Reino
Unido, Estados Unidos, Austrália e Portugal.
O governo foi surpreendido com o apoio popular e a escala das
manifestações de protesto e, só
na cidade de São Paulo, estima-se
que houve a participação de um milhão de pessoas, embora outras projeções
estimaram em 200 000 participantes.
No dia 18 de março, conforme promessa de campanha, o governo envia ao congresso uma série
de medidas contendo mudanças objetivando fortalecer a legislação para combater
à corrupção no executivo, legislativo e judiciário como também objetivando
melhor transparência no setor privado. Em declaração Dilma ressaltou que se
precisa desconstruir o estigma de que "brasileiro quer levar
vantagem em tudo" e disse que a impunidade tem sido a causa mater da reprodução da corrupção na cultura
brasileira: “Não pretendemos esgotar a matéria, mas evidenciar que estamos no
caminho correto. [As medidas] fortalecem a luta contra a impunidade que é,
talvez, o maior fator que garante a reprodução da corrupção”. Entre as medidas
tem o projeto de lei que exige Ficha Limpa para
todos os servidores públicos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o decreto de regulamentação da Lei anticorrupção.
Pesquisas de aprovação realizadas em março de 2015
indicaram uma nova queda na popularidade da presidente. De acordo com o
Datafolha, 62% consideram o governo Dilma ruim ou péssimo e 13% ótimo ou bom. Estes números deram a Dilma os piores
índices de aprovação para um presidente da República em mais de vinte anos.
Segundo a CNT/MDA, a avaliação positiva do governo Dilma caiu para 10,8%, a
menor desde 1999. O percentual de reprovação do governo foi de 64,8% e 77,7%
reprovam o desemprenho pessoal da presidente. Em
12 de abril, novos protestos foram feitos contra o governo da
presidente Dilma. Desta vez, o número de manifestantes foi estimado entre 696.000
a 1.500.000.
No final de maio, o governo anunciou o maior corte no
orçamento da história do país, estimado em quase setenta bilhões de reais. Os maiores cortes foram feitos nos
ministérios das cidades (R$ 17,2 bilhões), saúde (R$ 11,7 bilhões), educação
(R$ 9,4 bilhões), transportes (R$ 5,7 bilhões) e defesa (R$ 5,6 bilhões). Em
setembro, a equipe econômica do governo propôs a volta da CPMF, proposta que a presidente havia
declarado ser contrária em 2010, quando candidata à presidência da República e
em 2011, já ocupando o cargo, quando chamou a CPMF de "engodo". A
reedição do imposto passou a sofrer críticas pelos partidos de oposição e por
federações industriais como a Fiesp,
para não passar pelo Congresso
Nacional.
Em 5 de outubro de 2015 institui por decreto a Comissão Especial de Reforma do
Estado com o objetivo de
propor aos órgãos competentes medidas para aumentar a eficiência na gestão
pública e reduzir custos, por meio, de revisão da estrutura organizacional do
Poder Executivo federal; eliminação de sobreposição de competências; fomento à
inovação e à adoção de boas práticas na gestão pública federal e aprimoramento
dos instrumentos de governança, transparência e controle da administração
pública federal.
No início de março de 2016, em meio a operação da Polícia Federal e outras investigações em curso contra
Lula, Dilma ofereceu-lhe um ministério como forma de evitar sua prisão e passar
a ter foro privilegiado, o que
faria com que os processos fossem movidos para o STF. O ex-presidente inicialmente, no
entanto, resistia à ideia.
Em 13 de março de 2016, manifestações populares ocorridas em todas as regiões do país
levaram mais de três milhões de pessoas às ruas para demandar o fim da
corrupção e a saída da presidente de seu cargo. Este protesto contra Dilma
constituiu na maior manifestação popular da história do país. Em 13 de março de
2016, manifestações populares ocorridas em todas as regiões do país
levaram mais de três milhões de pessoas às ruas para demandar o fim da
corrupção e a saída da presidente de seu cargo. Este protesto contra Dilma
constituiu na maior manifestação popular da história do país.
No dia 16 de março de 2016, Dilma nomeou Lula ministro
da Casa Civil. O juiz de primeira
instância, Sérgio Moro,
responsável pela Operação Lava
Jato, grampeou com autorização da justiça o telefone do investigado Lula. Sites
pró-governo suspeitam que o telefone poderia ser de Dilma. A justiça retirou o
sigilo das interceptações em razão do teor dos diálogos; um destes diálogos entre Dilma e Lula gerou
dúvidas de se a presidente estava tentando obstruir a justiça ao nomear Lula
para o ministério. O ato foi
considerado ilegal e crime constitucional por uma parte dos juristas. O
ministro do STF, Gilmar Mendes,
disse que as gravações foram absolutamente legais. Moro afirmou que: "pelo
teor dos diálogos gravados, constata-se que o ex-presidente já sabia ou pelo
menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal,
comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos."
Mas ele ressaltou, porém, "que não há nenhum indício nas conversas, ou
fora delas, de que as pessoas citadas tentaram, de fato, agido "de forma
inapropriada". O teor do diálogo foi suficiente para levar
parte da população pró-impeachment as
ruas espontaneamente pedir a renúncia de Dilma. Em 17 de março de 2016, no dia
da posse de Lula como ministro, um juiz federal suspendeu por meio de liminar
os efeitos da nomeação.
Em
2 de dezembro de 2015, o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha,
acolheu um dos pedidos de impeachment contra
Dilma. Mais especificamente, o protocolado na Câmara pelo jurista e ex-petista Hélio Bicudo. No dia seguinte, Cunha
autorizou formalmente a criação de uma Comissão
Parlamentar Especial, com 65 deputados,
sendo proporcional à bancada de todos os partidos
políticos representados, a
comissão foi responsável pela elaboração de um parecer pela admissibilidade da
abertura do processo.
A Folha de S.Paulo analisou o gesto de Cunha como uma
retaliação contra o partido da presidente. Por
sua vez, Cunha afirmou que o governo Dilma negociou com seus aliados para
trocar os votos do PT a favor dele no conselho de ética pela aprovação da CPMF e
arquivamento dos pedidos de impeachment.
Devido
ao recesso parlamentar e as ações de deputados impetradas no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de decidir formalmente
o rito do processo somente em 17 de março de 2016, a Câmara elegeu, por votação
aberta, os 65 integrantes da comissão especial que analisaria o pedido de impeachment contra
Dilma Rousseff. Houve 433 votos a favor e apenas um contrário. Em 11 de abril a comissão especial,
com 38 votos a favor e 27 contra, aprovou o parecer do relator, que
defendia a admissibilidade do processo de afastamento da presidente. O parecer elaborado pelo deputado
Jovair Arantes seguiu para
apreciação pelo Plenário da Casa.
No
dia 17 de abril de 2016, domingo, a Câmara dos Deputados, com 367 votos
favoráveis, 137 contrários, além de 7 abstenções e 2 ausentes, autorizou o Senado Federal a instaurar processo de impeachment contra Dilma.
Por
fim, mas não menos importante o parlamentar que fez a diferença no Poder
Legislativo Brasileiro e contribuiu com afinco e dedicação com a sociedade
tendo como objetivo a satisfação da vontade popular e um grande ativista
político que deixou um grande legado para a conjuntura política do nosso país:
Ulysses Silveira Guimarães, foi um político e advogado brasileiro e opositor à
ditadura militar. Foi presidente da Câmara dos Deputados na eleição de 1989.
Morreu em um acidente aéreo de helicóptero no litoral de Angra dos Reis, sul do
estado do Rio de Janeiro, e seu corpo nunca foi encontrado.
Assumiu
a pasta do Ministério da Indústria e Comércio no gabinete de Tancredo Neves,
durante a curta experiência parlamentarista brasileira (1961-1962). Apoiou,
inicialmente, o golpe contra João Goulart, tendo inclusive participado da
polêmica Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo, mas logo
passou a oposição. Com a instauração do bipartidarismo (1965), filiou-se ao
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do qual seria vice-presidente e,
depois, presidente. Foi presidente do Parlamento Latino-Americano, de 1967 a
1970.
Em
1973, lançou sua anticandidatura simbólica à Presidência da República como
forma de repúdio ao regime militar, tendo como vice o jornalista e
ex-governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho. Em 29 de novembro de 1976,
no Plenário Tiradentes da Assembleia Legislativa de São Paulo, fundou a OPB –
Ordem dos Parlamentares do Brasil -, uma Associação de Classe, sem vínculos
partidários, religiosos ou sociais, da qual seria patrono. À frente do partido,
participou de todas as campanhas pelo retorno do país a democracia, inclusive a
luta pela anistia ampla e irrestrita. Com o fim do bipartidarismo (1979), o MDB
converteu-se em Partido do Movimento Democrático (PMDB) do qual seria
presidente nacional.
Com Tancredo Neves, Orestes Quércia, Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio
Lula da Silva e Franco Montoro, Ulysses liderou novas
campanhas pela redemocratização, como a das eleições diretas, popularmente
conhecidas pelo slogan Diretas Já.
Ulysses
Guimarães quase foi o candidato a presidente da República em 1985 pelo PMDB,
quando as eleições foram realizadas no colégio
eleitoral. As articulações políticas da época acabaram levando à eleição de uma
chapa "mista", com Tancredo Neves como candidato a presidente pelo
PMDB e o candidato a vice José
Sarney, do PFL.
Exerceu
a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957, 1985-1986 e
1987-1988); presidindo a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987-1988. A
nova Constituição, na qual Ulysses teve papel fundamental, enfim foi aprovada
em 5 de outubro de 1988, tendo sido por ele chamada de Constituição Cidadã, pelos
avanços sociais que incorporou no documento.
No
ano de 1986, esteve pela última vez em Itaqueri da Serra, inaugurando o
asfaltamento da rodovia vicinal que leva seu nome, ligando as cidades de Itirapina a São
Pedro, prestigiando pessoalmente aquela conquista, um objetivo do então
prefeito de Itirapina, João Gobbo e da então vereadora Maria Ângela de Oliveira
Leite.
Em
1º de fevereiro de 1987, tomou posse como presidente da Assembleia Nacional
Constituinte, responsável por estabelecer nova Constituição democrática para o
Brasil após 21 anos sob regime militar.
Como
presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses era o substituto do Presidente
Sarney e assumiu várias vezes a
presidência, sendo o primeiro paulista a fazê-lo desde que Ranieri Mazzilli assumira a presidência em 1964.
A
21 de Novembro de 1987 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.
Devido
à sua grande popularidade, candidatou-se à Presidência da República, na sigla
do PMDB, nas eleições de 1989.
Os
acervos do Conselho Nacional de Segurança, da Comissão Geral de Investigações
(CGI) e do próprio Serviço
Nacional de Informações (SNI),
revelam que o então deputado Ulysses Guimarães foi alvo de investigação, mesmo
no período de redemocratização do país, enquanto dirigia a Câmara e a Assembleia
Nacional Constituinte e o PMDB. A
avaliação registrada em 1987, afirmava que Ulysses poderia causar crise
partidária entre os aliados. Um dos fatos descritos em documentos de março de
1987 é o início das negociações para a indicação do líder do partido na
Constituinte sendo um dos candidatos Mário
Covas, que contava com a simpatia do SNI, mas não de Ulysses.
Em 1989, como candidato a presidente do Brasil recebeu 4,4% de votos. Em 1990, foi
reeleito deputado. Ulysses também não disputou a presidência da Câmara e perdeu
a presidência do PMDB para Orestes
Quércia. Seu prestígio foi retomado em 1992, durante o impeachment do
presidente Fernando Collor de
Mello. Ulysses foi um dos responsáveis por um dos principais golpes sofridos
por Collor. Pedia abertamente que a votação do impeachment no Congresso não fosse secreta.
Em 22 de junho
de 1992 apresentou a PL nº 2938 que posteriormente foi sancionada como a lei nº
8.906/1994, criando assim o Estatuto e Código de Ética e Disciplina da OAB, o
que gerou o Exame de Ordem como obrigatório para os quadros da advocacia.
Morreu em acidente aéreo de helicóptero, ao largo de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de
1992, junto à esposa D. Mora, o ex-senador Severo
Gomes, a esposa deste e o piloto. O corpo de Ulysses foi o único que nunca foi
encontrado.
Atualmente a conjuntura política tem sido alvo de
duras críticas oriundas da sociedade uma vez que retidão, interesses coletivos,
coerência, ética e responsabilidade são itens raros ou inexistentes no Poder
Legislativo Brasileiro o que faz com que prevaleça o demérito e descrédito.
Tal situação justifica-se pela colonização
escravocrata onde nos foram surrupiados as nossas riquezas naturais sob uma
ideologia de colônia de exploração onde não houve qualquer sinal de preocupação
com as disposições jurídicas com o fim de estabelecer um ordenamento jurídico
genuíno, tampouco no que concerne a estruturação e valoração social já que
quando os portugueses aqui desembarcaram trouxeram consigo o que havia demais
reprovável da sociedade portuguesa a exemplo de ladrões, cafetinas, cortesãs,
cafetões. Em sendo assim, nossos primeiros habitantes não tinham qualquer
compromisso em manter submissão as leis já que para Corte Portuguesa foi
conveniente importar todo o ordenamento jurídico português como também a sua
estruturação.
No Direito Brasileiro, precisamente no artigo quarto
da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (antiga lei de introdução
ao código civil de 2002), consagra o costume enquanto fonte do Direito,
observemos que nossos primeiros habitantes tinham como costume viver a margem
da lei predominando portanto todo um ideal impunidade que até os dias atuais
sendo permitido dizer que a impunidade, corrupção e jeitinho brasileiro são resquícios
de uma dita colonização que culminou na dizimação quase que total da população
indígena, numa abolição da escravatura que se configurou por pressão da
Inglaterra onde os negros libertos não foram inseridos na sociedade colonial e
que na sociedade atual sofrem com o estigma de marginalização e são
constantemente discriminados por uma sociedade corrupta por via de excelência
que cobra dos teus representantes o mínimo de honradez que é nula em todos os
segmentos da sociedade.
Nas ruas o povo grita palavras de ordem e atribui a
corrupção a um único partido, sem conseguir respeitar uma simples fila, mas
alimenta a crença de estar contribuindo para uma sociedade política límpida e
retilínea.
Enquanto os brasileiros não compreenderem que nós
membros da sociedade somos detentores de poder segundo disposição presente no
artigo primeiro da Constituição Federal de 1988 e enquanto povo não se propuser
a tornar extinta essa patologia social que está enraizada e sustentada por nós
mesmos que é a corrupção.
Seguindo com a vasta sabedoria de Castro Alves neste
trecho do poema América:
“ Ó pátria,
desperta ... Não cures a fronte
Que enxuga-te
os prantos o Sol do Equador.
Não miras na
fímbria do vasto horizonte
A luz da
alvorada de um dia melhor? ”
Recife, junho
de 1865.
Referência:
Ø Livros:
LEBRUN,Gérad,1930
– O que é poder/ Gérad Lebrun; tradução Renato Janine Ribeiro, Sílvia Lara
Ribeiro. – São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1984.
DALLARI,
Dalmo de Abreu, 1931 – O que é participação política / Dalmo de Abreu Dallari. –
São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1984.
SAMPAIO,
José Adércio Leite. Direitos Fundamentais: retórica e historicidade/ José
Adércio Leite Sampaio. 2ª edição. – Belo Horizonte: Del Rey, 2010.
Ø Internet:
www.google.com.br Acessado em 23 de abril de 2016
às 00h: 44min.
http://www.suapesquisa.com/colonia/ Acessado em 23
de abril de 2016 às 00h:35min.

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